Corria o ano de mil quatrocentos e oitenta e cinco, Juan agora com vinte cinco anos, aguardava a época de ser ordenado Padre, e findar um ciclo que se iniciara quando seu benfeitor, o Frade Torquemada, encontrara-o sujo e assustado na cabana. Foram quinze anos de estudos e orações, muitas vezes seguidos de castigos físicos. Mas o castigo era bom, limpava a alma e purificava a mente... ... Estava na terceira página do livro quando escutei ao lado oposto do rochedo onde me encontrava risos e folguedos de moças. Pareciam que estavam á se banhar. Em ato completamente não cristão e pior, averso a tudo o que mais prezava minha religião, resolvi espiar. É como dizia Torquemada: - “O demônio esta sempre nos vigiando, esperando um pequeno momento de fraqueza ou distração para nos tentar e com isso capturar a nossa alma imortal”. Fui sorrateiramente por trás da pedra, até um ponto onde poderia observar sem ser observado.... ... Mas não, não era um pesadelo, ou melhor, eu vivia um pesadelo, criado por mim, somente por mim, por cometer um pecado mortal, por condenar uma inocente ao inferno. O dia amanheceu e eu, já sem lágrimas, balbuciava como um louco o seu nome...